Cemitério
Avenida Amália Rodrigues | 2785-613 S. Domingos de Rana
Nos arquivos da Câmara Municipal de Cascais, documentos datados de 1849 apontam para a existência do cemitério nas traseiras da igreja matriz de São Domingos de Rana desde 1824. Relativamente ao equipamento actual, não se conhece a data em que entrou em funcionamento, sabendo-se apenas que recebeu todas as ossadas que existiam no cemitério da Junta da Paróquia. “Durante muito tempo, o povo designava o local por – segundo nos informaram – cemitério do Manuel, dado que a primeira inumação teria sido a de um indivíduo portador desse nome”.
Com o passar do tempo, sofreu vários alargamentos, acabando por já não ser capaz de responder às necessidades da população que servia. Apesar de muitas insistências, a Junta de São Domingos de Rana, responsável pela sua administração, “não conseguiu, em devido tempo, a ampliação do mesmo”. Na altura, a autarquia entendeu que o grave problema “mais não é que uma forma de incompetência e ineficácia da Câmara Municipal de Cascais, (…) pondo em risco de ficarem sem sepultura os que falecerem no concelho”.
Dadas as circunstâncias, foi deliberado em assembleia de freguesia de 22 de Abril de 1982 que, “no caso extremo de não ser possível garantir sepultura aos mortos da freguesia”, a gestão do cemitério assegurasse “prioritariamente o enterramento dos residentes” em S. Domingos de Rana, “garantindo uma reserva para o efeito”. Os falecidos nas freguesias de Carcavelos e Parede seriam sepultados até ao limite das possibilidades do equipamento. A situação foi resolvida com a entrada em funcionamento do novo cemitério em Trajouce em 1988.
Tendo já criado uma vala comum para depósito de ossadas, recuperado a antiga capela e retirado o estaleiro de obras das proximidades do Cemitério de S. Domingos de Rana em 2001, a autarquia levou a cabo um vasto conjunto de melhoramentos no equipamento, com a finalidade de dignificar os serviços prestados à população.
Para além da colocação de nova sinalização e da pintura e recuperação dos muros, a intervenção contemplou a edificação de um espaço de apoio aos funcionários que, integrando balneários, refeitório e sala de estar, contribuiu para um aumento significativo das condições de trabalho. Foi igualmente criada uma área para a secagem das ossadas que não se destinam à vala comum, mas sim aos ossários, bem como a construção de um silo para armazenamento dos restos dos levantamentos, que permaneciam então a céu aberto até ao momento da recolha pelos serviços camarários.
Ver pág. 203 e 204 de “Registo Fotográfico da Freguesia de São Domingos de Rana e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos”, de TEIXEIRA, Carlos A., CARDOSO, Guilherme, MIRANDA, Jorge, Edição da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, S. Domingos de Rana, 2003.