Abóboda
A palavra abóboda significava “fonte coberta”, “fonte arcada”, fonte de abóveda, coisa rara, noutros tempos, principalmente nos meios rurais. Depois, a mesma palavra servia para designar também a própria povoação onde uma fonte coberta se construía. Esta a razão por que se chamam Abóboda, pelo menos nove sítios e povoações, nos concelhos de Almodôvar, Tondela, Santiago do Cacém, Serpa, Évora, Beja, Elvas e Santarém.
Arneiro
“Topónimo de fácil explicação. Arneiro é contracção de areaneiro, terreno arenoso. O diminutivo Arneirós, do concelho de Lamego e, como é óbvio, os outros diminutivos regulares Arneirinhos (7 lugares), assim como o aumentativo Arneirão (Sines e Odemira), têm a mesma origem.
Cabeço de Mouro
Desconhecendo-se a origem do nome, supõe-se que a escolha de cabeço esteja relacionada com o seu significado, ‘cume do monte’, sendo muito comum na toponímia. Talvez Possivelmente, a aparência do cabeço, quem sabe por se assemelhar à cabeça de um mouro, com turbante, teria ditado a designação do local.
Caparide
Zona ocupada desde o tempo dos romanos, foram aí descobertas, há um século, duas sepulturas romanas, que podem ser vistas no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais.
Caparide deve o seu nome à palavra romana capparis, que significa alcaparra ou alcaparreira, o que nos leva a supor que essa planta tenha sido aí frequente.
Conceição da Abóboda
“A ideia de parcos recursos só principiou a sentir os ventos do progresso na década de setenta, quando algumas velhas moradias foram sendo substituídas por novos edifícios e, mais modernamente, com a implantação de uma zona fabril.
Não se sabe quando se iniciou o povoamento, mas fragmentos de cerâmica pré-histórica, recolhidos no lado poente da povoação, indicam a presença humana naquele local desde muito cedo.
Madorna
Desconhece-se o que levou à escolha de Madorna como designação da localidade. Avaliando apenas pelo nome, sinónimo de modorra, leva-nos a acreditar que poderá estar relacionado com a existência de um túmulo romano ou a presença de montes de pedras na zona. Quem sabe se o topónimo não terá origem alentejana ou algarvia e a selecção do mesmo prender-se com o facto do local convidar à modorra, enquanto “vontade irresistivel de dormir”.
Manique de Baixo
“Reportando-se especificamente a Manique de Baixo, posso informar que num documento de 19 de Setembro de 1527 (Arquivo Histórico Portguês, vol. VI, pág. 257), se lê Manyque e Portas de Manyque1. A Manyque dá Forstemann as seguintes formas: Mannic, Mennic e Manniko.
«A notícia mais antiga que conhecemos da povoação deste nome (Cascais) – diz David Lopes -, é de 15-2-1527. Não sabemos se é contemporâneo dos nomes germânicos em igo e em iz…»
Matos Cheirinhos
“Topónimo assaz curioso. A significação que imediatamente nos ocorre é a de matos de cheiro agradável, mas o certo é que, aqui, cheirinhos nenhuma relação tem com o sentido de olfacto. Cheirinhos está por chaneirinhos = chãozinhos.
Para mais completa elucidação, pode o leitor consultar um artigo do falecido filólogo Adolfo Coelho, inserto no n.º 46 da revista Serões.
Murtal
“Se bem contarmos, encontraremos na toponímia portuguesa mais de uma centena de povoações com o nome de murta e seus derivados: Murteira, Murtinheira, Murtosa, Murta, Murtas, Murtal, Murtais, etc.,etc… Naquele número deverá também incluir-se Murtede, do concelho de Cantanhede, «que vem de murteti, locativo ou genitivo de murtetum murtal» e ainda, embora, à primeira vista, possa parecer estranho, Mértola, de Myrtilis, Myrtila.
Outeiro de Polima
Até ao início da década de sessenta, a povoação de Outeiro de Polima era constituída por meia dúzia de casas. A chegada de emigrantes de diferentes pontos do país, principalmente da província alentejana, ditou o crescimento do agregado populacional a partir de 1961.
“(…) Bastaria, portanto, a posição privilegiada que goza, entre a serra e o mar, bem lavada de ventos e maus humores (outrora…), para que o local fosse habitado desde as mais remotas eras.
Penedo
A escolha do nome de penedo, que significa’rochedo’ ou ‘pedra grande’, poderá estar relacionada com as características da localidade, mais elevada comparativamente a outras vizinhas, e que se avistaria bem no horizonte.
Polima
“Parece-me que há neste topónimo alusão a um nome ou apelido pessoal, pois, próximo de Polima, já no concelho de Oeiras, há, como se sabe, a povoação de Caspolima. Ora, cas era, no português arcaico, o mesmo que casa e, junto a certos nomes, formou topónimos como Casfreires (= Casa dos Freires), Cascorreias (=Casa dos Correias” ao todo uns catorze, segundo averiguou o abade de Miragaia (Tentativa, III, pág. 247).
Caspolima pode, pois, ser contracção de Casa do Polima, sendo Polima, portanto, nome ou apelido de pessoa. Se não houver verdade, há, certamente, lógica.
Rana
Povoação do Séc. XVI, o seu nome manteve-se inalterado, sendo o vocábulo do português arcaico rana, significando rã, uma referência à grande quantidade destes animais, que, em tempos idos, enchiam a Ribeira das Marianas, que atravessa a Várzea de Rana.
Nos censos de 1527, a povoação de Rana, juntamente com os casais da Rebelva e da Parede, contava com 13 fogos. Em 1991, moravam lá 504 pessoas.
Rebelva
Famosa no Concelho pelas suas festas de S.João, tradição antiquíssima que tem sido perpetuada através de numerosas gerações, a Rebelva conta com alguns casais saloios, nomeadamente o belíssimo Casal de Sto. António.
São Domingos de Rana
“Não encontramos o que quer que fosse escrito acerca da origem do nome da localidade. Todavia, não parece difícil concluir-se que o nome da povoação lhe adveio do facto de ali ter sido construída a igreja dedicada a S. Domingos de Gusmão, que é o seu orago, e que, a pouco e pouco, se transformou, para uma mais fácil identificação, em São Domingos Domingos de Rana, já que Rana era então povoação mais antiga.
Talaíde
“Suponho que este nome proveio de um hipotético apelativo talaíde, diminutivo de talam, o mesmo que atalaia.Talam, por Atalaia, figura como apelido, e nos registos do Museu Etnológico, respectivos à Senhora da Atalaia, vê-se Senhora da Talaia. No distrito de Viseu há uma quinta chamada da Talaia, e na Espanha há várias povoações com o nome de Atalaia.
Tires
“Outrora Tyras, segundo um documento de 1527, de que dei conhecimento aos leitores no n.º 176 d’A Nossa Terra.
Barruncho escreveu Tiris, decerto influenciado pela pronúncia popular da época, e o abade de Miragaia – o único etimólogo, julgo eu, que de Tires tratou -, tímida e resumidamente compara este nome a …Pires! Pouco disse sobre o assunto, e nada perderia, se nada dissesse…
Trajouce
Uma das mais antigas povoações da Freguesia, aparece referida nos primeiros anos da Nacionalidade, como pertencente a um alto nobre, como o lugar de Targousse, no termo de Sintra.
Não sabendo explicar a origem do nome, limitamo-nos a apontar que em 1527, Trajouce e Abóboda possuiam, em conjunto, 11 habitações.
Zambujal
Este nome proveio, sem dúvida, do colectivo zambujal, mata de zambujeiros. O zambujeiro é, como se sabe, uma espécie de oliveira brava.
Em 1527, tinha 6 fogos, e, em 1758, 27. População em 1960, 830 habitantes.