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Capela Nossa Senhora da Graça

Capela Nossa Senhora da Graça

Largo do Chafariz | Conceição da Abóboda

É, hoje, praticamente impossível estabelecer com rigor a data da construção da capela que se encontra implantada na actual Praça Fernando Lopes Graça, em Tires. Não obstante, o estilo barroco do monumento indica que este terá sido erigido entre o final do século XVI e meados do século XVIII.

De linhas simples, o templo apresenta uma torre sineira, profusamente decorada com volutas, onde o sino assume o papel central.

Para além da cruz trabalhada em ferro que coroa a fachada principal, importa referir a beleza da porta, com as suas aduelas e verga enriquecidas com motivos geométricos gravados a escopro ou cinzel. Uma cornija saliente separa-a da janela que, à semelhança da torre sineira, também se encontra ornamentada com espirais.

Ao que consta, a capela teve, inicialmente, o nome de Nossa Senhora das Graças por força das benesses que a Virgem teria concedido, em 1362, aos pescadores de Cascais. Reza a história que os homens do mar, ao recolherem as redes repletas de peixe, encontraram, na parte de fora do emalhado, uma imagem da santa. O nome teria sido naturalmente simplificado pela oralidade do povo para Nossa Senhora da Graça.

Face ao crescimento demográfico verificado na localidade, o pequeno templo deixou de ter capacidade para acolher todos os fiéis, levando à edificação de uma nova igreja que, inaugurada em 1982, guarda actualmente a imagem da padroeira de Tires. Presentemente, a capela é apenas utilizada como câmara ardente.

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“(…) A porta dá acesso directo à capela, sendo o tecto de madeira. Do lado esquerdo existe um pequeno púlpito.

A capela é separada do restante corpo por um arco de volta perfeito. Por cima da entrada há um pequeno varadim de madeira.

Segundo nos relataram, em determinada altura, a proprietária dos terrenos e habitações que circundam a capela e, por consequência, proprietária também, ao que se julgava, da Capela de Nossa Senhora da Graça, quis transferi-la para uma propriedade que possuia em Rana.

E quando já se precipitava a demolição, o povo opôs-se tenazmente a tal desiderato e o templo ficou.(…)”

TEIXEIRA, Carlos A; CARDOSO, Guilherme; MIRANDA, Jorge – Registo Fotográfico da Freguesia de S. Domingos de Rana e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, Cascais: Associação Cultural de Cascais, 2003, p. 251-252
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