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Igreja de S. Domingos de Gusmão

Igreja de S. Domingos de Gusmão

Largo de S. Domingos de Rana | S. Domingos de Rana

A Igreja de S. Domingos de Rana, como templo paroquial, era já tida por Frei Luís de Sousa como bastante antiga, sendo descrita como “sagrada de tempo imemorial”.

Talvez pelas suas proporções, para Barruncho este era o “templo mais rico do concelho”. Danificada pelo terramoto de 1755, a igreja foi reconstruída tempos depois, provavelmente só em 1810, numa arquitectura simples no interior, em flagrante contraste com a sua fachada que apresenta uma certa grandeza.

Nas obras efectuadas em 1964, o tecto da nave caiu, desaparecendo assim a célebre pintura de Pedro Alexandrino. Restam, porém, e ainda da primitiva construção, a lindíssima tábua da Anunciação (talvez do séc. XVI) e as tábuas da sacristia, como a Última Ceia (fins do séc. XVI), representando o Pentecostes, cantarias e mármores preciosos. As telas “Assunção da Virgem” e “Cristo com a Cruz às Costas” completam o inventário artístico deste templo.

Podemos encontrar no adro da actual igreja um cruzeiro, símbolo de terreno sagrado, defendido do exterior por um muro e um portão de ferro.

Ostentando uma majestosa fachada, cuja porta principal é emoldurada por ricos ornatos, o imponente edifício possui duas torres sineiras, uma delas com um relógio de sol. Lá do alto pode-se avistar um magnífico panorama que abarca terra e mar por muitas milhas de distância, justificando que a igreja tenha sido um importante marco na navegação marítima.

Entrando no magnífico edifício, o visitante tem a oportunidade de apreciar a diversidade da riqueza do seu interior, que passa pelos belos altares erigidos a N.ª Sra. das Almas, S. Sebastião, N.ª Sra. do Monte Carmo, Santa Rita e Jesus Cristo, bem como da sua capela-mor, onde se pode observar, no centro, a “Ceia do Senhor”, obra de Pedro Alexandrino.

Ver TEIXEIRA, Carlos A; CARDOSO, Guilherme; MIRANDA, Jorge – Registo Fotográfico da Freguesia de S. Domingos de Rana e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, Cascais, Associação Cultural de Cascais, 2003, p. 167  

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Lenda da fundação da Igreja Matriz

Não só se desconhece a data da edificação da Igreja de S. Domingos de Rana, como os motivos que determinaram a sua localização. Contudo, existe uma lenda relacionada com a fundação do templo digna de registo.

Conta-se que, um dia, São Domingos de Gusmão surgiu no Alto de Rana, tendo sido avistado, pouco depois, sentado no outeiro onde viria a ser construído um dos mais emblemáticos monumentos da freguesia.

A frequência das ‘visitas’ de São Domingos levaram o povo a acreditar que este pretendia que lhe construíssem uma capela. Os residentes em Rana defendiam que o templo devia ser edificado na designada “barreira de Rana”, opinião contestada pelos moradores do local hoje conhecido por São Domingos, que preferiam vê-lo nascer perto de si.

Uma vez que o santo deambulava pelas duas terras, acordou-se que o templo seria fundado no lugar onde este permanecesse mais tempo.

A lenda não revela mais pormenores, apenas que os passeios de S. Domingos de Gusmão eram testemunhados pelos trabalhadores das inúmeras pedreiras então ali existentes.

Ver TEIXEIRA, Carlos A; CARDOSO, Guilherme; MIRANDA, Jorge – Registo Fotográfico da Freguesia de S. Domingos de Rana e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, Cascais, Associação Cultural de Cascais, 2003, página 172

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