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Quinta da Torre d’Aguilha

Quinta da Torre d’Aguilha

Torre da Aguilha | S. Domingos de Rana

“A Quinta da Torre da Aguilha é uma das mais antigas do Concelho, cuja origem remonta seguramente ao século XVI, conforme registo proveniente da Igreja de São Domingos de Rana.

A origem do topónimo “Torre da Guilha”, encontrado em vários documentos desde o século XVI, tem sido objecto de diversas interpretações. Segundo Diogo Correia, o termo “guilha” significa “colheita abundante de cereais”, estando a designação relacionada com o facto da quinta ter um “terreno próprio de cereais” e um “terreno próprio para a cultura de trigo”. Por sua vez, de acordo com José d’Encarnação, a origem do nome deriva da palavra “turris” (torre), através da qual os romanos denominavam as suas casas de campo ou terrenos agrários de uma certa monta, já que aí era explorado um importante filão de mármore vermelho. Em 1804, a habitação era representada num quadro da época como “Casa de Campo do Senhor Sousa de Falcon”. De facto, a propriedade pertencia a António de Sousa Falcão, mas já era mencionada como património da família na certidão de casamento dos seus pais em 1755. Anteriormente, a quinta terá pertencido à Casa de Camarido.

Já no século XX, a Quinta da Torre da Aguilha pertencia à família de origem inglesa Norton, que a enriqueceu com a construção de um imponente palacete, projectado pelo arquitecto Rebelo de Andrade. Mais tarde, o imóvel foi vendido a Serrão Franco, último proprietário da quinta antes de esta ser adquirida, a 13 de Junho de 1948, pela Congregação do Espírito Santo que aí se instalou na década de cinquenta.

Actualmente, a Quinta da Torre d’Aguilha é constituída peo palácio em ruínas (fruto de um incêndio na década de 70 do séc. XX), uma capela, dedicada a Santa Ana e igualmente em ruínas, o jardim e algumas dependências agrícolas e pecuárias. Na antiga área de cultivo, a sul do secular palacete, encontramos ainda uma nora, um aqueduto, um aeromotor e uma antiga pedreira, em tempos muito importante na produção de mármores vermelhos. Esta pedreira forneceu mármore para a construção da capela da Quinta de Manique, também designada por Quinta do Marquês das Minas, e para a capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Graça em Lisboa.”

Agenda Cultural de Cascais, Nov. Dez. 2000

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